Triste, sofredor,
Embalado na minha dor,
Sinto meu corpo,
Outrora encantos um
Hoje, vascilante ao peso da dor,
A pasmacear em redor,
Numa agitação obtusa
Esperando que sua ALMA
da matéria se liberte.
Curvado,
Exausto,
Quase cadáver...
Sinto meu corpo chegar
Às catacumbas celestes,
Abandonando aos ventos,
Por não os poder legar,
Ódios e pensamentos,
Fortunas e vís metais,
Frutos de tais desgraças
Que não devia levar.
E, já no portal da entrada,
inigmático e informal,
Silencioso e desconhecido,
De minhas vestes e corpo,
Sem qualquer valor,
Me livrei...
E, com uma ALMA cândida,
Em pura e bela rosa
Me transformei...
Assim...
Nua e despida,
Leve e liberta,
Pura e envolvida
Num perfume subtil
Vi minha alma
Voar...voar...
Em ricos sonhos enleada,
Como pétala encantada,
Pomba branca libertada,
Nessa hora de partida
E, num voo sublime,
Em mundo de luz foi lançada...
Mas... e o menino?
Aquele pedaço de amor
Que abandonei,
Com tristeza e dor,
No seio de rosas e eras
Com suas duas primaveras?...
Lá no fundo,
Nas entranhas do Paraíso,
Algo me esperava,
Nova Luz brilhava,
Novos mundos surgiram,
Novos tons davam brilho à cor,
Novos vultos se cruzavam
E minha Alma suspirava,
Não pela dor,
Mas pelo amor
Que para traz deixou...
Com ternura,
Sabedoria celestial,
E, por encanto,
Da morte me libertei,
Com o SENHOR eu fiz,
Um tratado efectuei,
As ordens tive de acatar
Para de regresso voltar.
E, ao permitir-me afinal
Um desejo paternal,
Autorizou-me o desempenho
De me tornar lavrador,
Deixar crescer essa árvore
Duma beleza real
Que depois de frutificar,
Em suas mãos vou deixar...
Agora, pronto para a partida
Mesmo rumo irei trilhar
Já que minha Alma encantada
Espera por TE abraçar...
Sem comentários:
Enviar um comentário