quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

SER POETA…


Batem-me à porta…
Quem será, certamente?…
Um passado indigente,
Um presente tristonho
Ou um futuro risonho?…
Não!… É a voz dum poeta,
Aquele que do nada faz tudo,
Que da noite faz dia,
Que do ruído faz melodia…
Aquele que, com o coração,
Sabe transformar o nada em tudo,
Sabe escrever sem ser prosa,
Sabe ser amado e amar,
Sabe dar uma cor à rosa.
Ser poeta…
É ter a pena no coração ,
É saber trasladar,
Para um pedaço de papel,
Sem valor,
Uma emoção,
Com valor…
É saber amoldar,
Com arte e engenho,
A violência em brandura,
O ódio em ternura,
A raiva em mansidão
E a revolta em afeição…
É saber extrair da rosa
O seu perfume,
Da vida, o sem sabor,
Do rosto o seu sorriso
E, dum poema, o amor…
Assim…
gostaria de ser poeta,
Para saltar, rir, chorar,
E gritar …
Para atrair e encantar,
Coisas belas e serenas.
E, por me sentir africano,
Cantar e glorificar,
Até o coração parar,
Joias brancas e morenas…

Sem comentários: